A ESCURIDÃO QUE RECONHEÇO COMO MINHA

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"Só há um templo no mundo e é o corpo humano. Nada é mais sublime", diz Novalis. Camille não subestima – na experiência do poema – o papel do corpo e dos sentidos. Ao contrário, o consagra como um lugar de acontecimento e o torna imenso, inundado de azul – "a cor de todas as cicatrizes". Quartejados órgãos e membros; rosto emoldurado em ébano – densa cabeleira que esconde misteriosa noite –; o medo, silencioso, abrandado pelas imperecíveis palavras de uma poeta amada tatuadas à altura das costelas e nenhum descanso, nenhum descanso.
 
As palavras são boas o suficiente para oferecer um lugar seguro a partir do qual a vida seja explorável, reconhecível e confiável como um lar onde fantasmas estabelecem morada; e para o jogo incessante que tem o amor como instinto mais criativo da vida.  "O amor que move o Sol e as outras estrelas", verso célebre de Dante, remete a um tema poético elementar e, ao mesmo tempo, inesgotável, que inspira a poesia de Camille desde os seus primeiros ensaios, escritos e poemas. Empiricamente falando, diz com humor Maggie Nelson, escritora americana que Camille me apresentou, "somos feitos de matéria de estrelas. Por que não estamos falando mais sobre isso?". Mas "o amor não é consolação", escreveu Maggie Nelson, citando Simone Weil: "é luz". O amor não exclui a sombra nem impede o caos sob o céu cerrado da ordem, muito ao contrário disso.
 
Andréa Sanjad 

 
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