"Os poemas aqui escancarados, escarrados até, são poesia
de mulher(es), essa poética de o-vári(a)s, esse corpo que,
apesar disso tudo, sobre(vive).
Que essa poética ovariana seja ouvida, e esse corpo, enfim, poeame-se. Acho que é de um poeta português o verso:
“um homem beija a sua própria boca”. Ouso aqui dizer,
que a poeta desses buracos, ao (in)verso e ao (re)verso, ecoa
nessa língua única e ancestral, “a mulher beija seus próprios
lábios”, e uma à uma, entoamos a o-vári(a)s vozes, que o
nosso corpoético é espaço-lugar de (r)existência."
Ana Júlia Poletto