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"Daqui do décimo (primeiro) andar assisto a chuva em São Paulo e escrevo este prefácio com a voz. Os sábios da antiguidade certamente profetizaram sobre tal fato. Quebrei o indicador da mão direita e mesmo o digitar é incômodo. Aceito a ironia. Penso que escrever com a voz é metáfora invertida do que me une a este poeta. Me encanta a curiosidade de nunca ter ouvido sua voz e, ao mesmo tempo, já reconhecer como voz tão familiar… dessas que nos aquecem ao primeiro respiro ao telefone. (Como soa sua voz, Guilherme? Grave? Aguda? Chiada, imagino). Internet tem dessas. Olhos que nunca se viram se emocionando à distância. Nada é verdade / mas tudo aconteceu nestes anos de lonjura e presença. Entre mim e você, Guilherme, o trópico de capricórnio. São quatrocentos e quarenta e três quilômetros de onde escrevo agora até onde - imagino - que a maioria destes versos tenham sido compostos, vistos e revistos. Cada palavra ao seu tempo. Bonito isso, as letras pintando a tela e eternizando o que antes não havia. Desbravar a inóspita folha é para poucos… e para todos. Penso. De listas de mercado a corações nas bordas das páginas, a escrita se faz viva em qualquer um que brinque de colocar tinta onde antes habitava o nada. E é isso que temos aqui, bem diante de nossas mãos: a imagem se fazendo viva, preenchendo um lugar até antes deserto. Esquentando o que era frio e despejando baldes de gelo nas nucas abafadas. A completude das aliterações com uma miscelânea de sensações." Mari Williams
PRÉ-VENDA
Os livros serão despachados no mês de julho
