Os textos que se encontram reunidos em Toda fumaça é vermelha, não seguem uma ordem cronológica. O leitor pode organizá-los como quiser, estabelecendo conexões entre eles, procurando pontos de ancoragem ou tomando a decisão de deixá-los soltos, meio livres, ao léu, quase um abandono. Existem meios de encarar um livro e não sou de dar dicas para a melhor leitura, mas estes textos foram a realização de um tempo, uma fração dele, entre efemeridades e permanências, mistura de diários fantásticos escritos com certa urgência, caderninhos de anotações, colheres pequenas do instante, certas vezes concentrados e pouco solúveis, outras vezes, relapsas, tragicômicas e óbvias. No fim, é uma tentativa de fazer parar a névoa, de deter por uma fração de tempo, essa fumaça que poderia sinalizar alguma combustão, a queima dos dias. Aqui, uma mostra do constante exercício de achar o jeito, modo, identidade de escrita ao mesmo tempo que a vida segue, segue para ser vivida. "faço questão de acordar cedo e caminhar até a Beira-mar, pra ver que aqui consigo desenhar o horizonte com os olhos".
GÊNERO: Conto
228 páginas
14x21cm