VORAGEM

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Os poemas deste livro levam-nos numa descida quimérica e ao mesmo tempo Dantesca em que a poeta anda pelo submundo dos seus sonhos, dos seus amores perdidos, da sua consciência de mulher-Sísifo tentando emergir com seus fardos “Hoje eu morri/e (a)manhã também/pregada ao chão/imóvel”.
Há uma falta de esperança, mas logo em seguida quase recuperada pelo afastamento e desintegração do próprio corpo e de todos os outros corpos das lembranças por onde vagueia e deslumbra a verdade, como supernova ou simples partícula do universo “Uma nesga no tempo/contínuo em looping”.
Há esta tentativa de esquecimento, um tornar-se invisibilidade com os Deuses. A poeta é Perséfone procurando luz entre os escombros, procurando salvação nas linhas escritas “A poeta se inclina/movendo duas mãos trémulas”.
Tanto temos uma imagem de Apolo como luz que invade, uma confissão de desejo e delírio pelo que é sempre distante “O sonho, amor, te empurra para dentro”, como nos inundam imagens de um quotidiano íntimo e bem real com “partilha de travesseiros e xícaras”.
A poeta é luz e sombra, feminino e masculino, recordações e imagens inventadas, a glória de uma perdição, “Labirinto que se dissolve/Nem Herói, nem Homem/Filho do instante espelhado”.
Vamos seguindo numa dança de pés descalços frente às estrelas por este mundo de sonhos e devoção ao desconhecido. Mas no meio de toda esta distopia, neste limiar entre céu e inferno, existe também a possibilidade de uma redenção através da escrita, um encantamento com a realidade crua “Ser mulher que escreve é nocautear/todos os dias/a solidão”.
E vamos seguindo com Ariadne, puxando o fio ao poema, pelo meio da urgência de cicatrizar.
Cláudia R. Sampaio 

 
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