“Em Elísios”, o poeta ainda sem beber do rio Lete, não se abstrai da memória e consciência e declama poemas inteligentes e sensíveis sobre a condição humana.
O amor continua presente na obra de Henrique Souza e se expressa tanto na dedicação à mulher amada quanto nos poemas em homenagem aos amigos. Mas além do amor, há a expansão de reflexões a respeito do transcorrer da vida, da passagem do tempo, dos comportamentos, da existência. O autor aborda a infância, o envelhecimento, a morte. Fala da ausência, da solidão, da apatia. É melancólico, nostálgico, às vezes sombrio, mas também é potente e esperançoso.
Henrique Souza expressa ainda um pouco da sua bagagem cultural nas diversas referências que tanto enriquecem os poemas, quanto podem guiar a compreensão de quem lê. Riqueza sustentada também pelas metáforas que conferem aos textos complexidade e universalidade suficientes para adquirirem significados subjetivos para cada leitora ou leitor, que pode vislumbrar as paisagens do trajeto para/de Elísios com seu próprio espírito. “Não tenhas medo pois as palavras são borboletas”.
(Alle C. Rodrigues)