PRÉ-VENDA
Os contos de Danilo Heitor demonstram rara habilidade de transformar paisagens insólitas em cenários familiares, gestos reconhecíveis, passos que daríamos. Em Amarelo piscante, um semáforo é a porta de entrada para o universo paralelo. Em Rabocop, a guerra às drogas revela a pulsão sexual sob o disfarce do conservadorismo. Um vidro trincado em O trinco, ou dois ou um vira fonte de reflexão, dividindo o mundo em acima e abaixo.
Em tempos de futuro condenado, o convite ao sonho do presente: “a cada cinco minutos, eu olhava a hora. Como se a hora importasse depois do mundo todo ter se tornado um caos.” Por mais avançados, utópicos ou distópicos que os próximos anos possam parecer, nunca nos esqueçamos do agora, o que nos faz humanos, o que talvez nos salve. Ou quase. (Moacir Fio, autor de Pequenas hemorragias).