A FABULAÇÃO DE LUZIA

Na verde mata da Zona da Mata pernambucana, Luzia cisma entre fabular e contar. É a neta prometida a desempenhar o papel que sua vó tanto preza, justamente por esta reconhecer na menina uma luz. Luz que alumia as histórias e preenche a noite entre sussurros, murmúrios e barulho de chuva.

Rodeada por sua família, a menina apresenta um quadro onde todos os membros de sua casa estão sentados, embevecidos pelas histórias de sua vó. Ela sabe que seu destino está traçado e o aceita. E por isso, dedica-se entre muitas perguntas a ele.

Entretanto, o convívio com os parentes pouco a pouco torna-se inviável. À medida que cresce, também crescem seus irmãos e os caminhos consistem em mudar após as chuvas. Para manter o sonho, ela deve resistir, enfrentar as adversidades, proteger-se dos perigos ao redor de uma plantação de mandioca ou encarar as consequências de seus atos.

A vida de Luzia era pacata, previsível, destinada a uma missão: fabular. Mas tudo toma um novo rumo a partir da aparição de um estranho rapaz por quem ela se apaixona.